Naquela noite, como de costume, Daniela jantava sozinha quando viu Antonino descer as escadas. Ao vê-la ele parou; estava com o terno em uma das mãos e uma maleta na outra. O coração dela deu um salto.
Se olharam por segundos que pareceram eternos. Então ele se moveu, caminhou até ela e se inclinou para beijá-la, mas Daniela virou o rosto.
— Vou viajar. Volto em dois dias. — Ele falou e deu-lhe as costas.
Depois que Antonino saiu Daniela pegou uma garrafa de vodka e foi beber no terraço. Sentada em uma poltrona de vime com o copo na mão, ela assistia pela centésima vez o vídeo onde Antonino aparecia transando com Claudina.
Nem sequer lembrava quando casou com ele, mas sentia uma paixão louca por aquele homem que a desestruturava totalmente. E ela o desejava com uma loucura que ultrapassava toda a lucidez.
A dor e o despeito eram tão grandes que Daniela virava um copo de bebida atrás do outro, enquanto enxugava as lágrimas com as costas da mão.
Já era madrugada quando Daniela sentiu