Lisanne não conseguia fechar os olhos.
As sombras do quarto pareciam se mover. Cada ruído no corredor, cada dobra do tecido da manta, fazia seu coração disparar como se o horror pudesse recomeçar a qualquer instante. O peso do toque indesejado ainda queimava em sua pele. Era como se estivesse suja por dentro — uma sujeira que nenhuma água seria capaz de lavar.
Josy foi a primeira a entrar, os olhos marejados de um pranto que ela não deixava cair. Sentou-se ao lado da amiga e segurou sua mão com firmeza.
— Você está aqui. Com a gente. Ele não vai tocar mais em você — disse, como uma promessa sagrada.
Pouco depois, Cléo e Day chegaram. Lara veio por último, com um frasco pequeno em mãos e o olhar mais sombrio do que qualquer um já havia visto nela.
— É só um calmante leve, Lis. — Ela falou com suavidade. — Vai te ajudar a relaxar um pouco… Não vai apagar você. Só ajudar o corpo a parar de tremer.
Lisanne hesitou, mas Josy a encorajou com um aceno. Aceitou o líquido com dedos trêm