Capítulo 226
LAIKA

Quando abri os olhos de novo, percebi que nada enxergava com o olho direito. Estava inchado, coberto de sangue e latejando. Continuava amarrada, um pedaço de pano apertava-me a boca e as cordas pareciam roer meus ossos. Roguei à deusa da lua que meu filhote estivesse salvo.

Até aquele momento, não havia sangue entre minhas pernas; o único derramado provinha das torturas que Erika e a mãe dela haviam infligido sobre mim. A esperança se esvaía. Ignorava havia quanto tempo me mantinham ali, mas, se Karim e os outros estivessem a caminho, já teriam chegado.

Como poderiam saber onde eu estava, se nem eu mesma sabia? Sentia-me exausta: articulações e músculos ardiam, e, pela primeira vez, deixei que as lágrimas corressem diante de Erika. Ela permanecia de pé, vestindo um negro traje esvoaçante e coroada, empunhando uma cabaça. A maquiagem escura acentuava a maldade refletida em seu rosto.

Como deixara aquilo acontecer outra vez? Bastava que me soltassem e eu reuniria minhas forças. A g
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