LAIKA
O bando permanecia estranhamente silencioso; nenhuma alma perambulava pelo acampamento. Fiquei perplexa ao encontrá-lo assim, pois, ainda nesta manhã, todos circulavam pelo local quando parti para caçar. Adentrei minha tenda e deparei com o lobo de Karim estendido no chão, mergulhado numa poça escarlate. Um grito escapou-me; corri até ele, tentando compreender o que ocorrera.
Sacudi-o na esperança de despertá-lo, mas seu corpo apenas balançava na direção em que o empurrava. Repeti seu nome várias vezes e quase desfalecei ao enxergar o corte profundo em seu pescoço: alguém o matara com uma única mordida. Disparei rumo à tenda de Jago e, ao entrar às pressas, encontrei-o igualmente prostrado na forma de lobo, imerso no próprio sangue. Segui para a tenda de Sekani e encarei a mesma cena funesta.
Um grito desesperado saiu de minha garganta quando compreendi que o bando fora massacrado. Quem fizera aquilo? De manhã, deixara o acampamento furiosa com Karim para clarear a mente. Ao regr