LAIKA
— Isso não está em debate.
Levantou-se da cama de peles e foi apanhar as roupas.
— Não, não, Karim, seu povo precisa de você…
— Que povo? O povo que não se importa comigo nem com a minha felicidade? O povo que exige tudo de mim, mas não me oferece nada? O povo que confia que eu os proteja, mas em quem não posso confiar quando sou eu quem carece de proteção? Me diz, Laika, de que povo você fala?
— São emoções que você está demonstrando. Achei que não se importasse com nada disso. Sempre foi sobre dever e o legado que deixaria. O que aconteceu com você?
— Você! — Respondeu sem titubear. — Foi você que aconteceu comigo, Laika. Só você me fez ficar assim.
Não pude evitar pensar se aquilo era algo bom… ou melancólico.
— Em outros tempos, diria que estou patético. Condenava o amor, acreditava que homens que se rendiam a ele eram tolos, e tinha certeza de que essa emoção jamais me alcançaria. Eu era conhecido por isso. Mas agora… agora sou o pior dos tolos. Nem me controlo. Já procurei