Antonella
Tentei me afastar. Juro que tentei.
Quando voltamos do chalé, eu entrei pela porta da mansão com a firme decisão de colocar meu coração de volta no lugar. Mas não consegui.
As paredes da casa pareciam diferentes. O ar parecia mais leve. Até o barulho dos passos de Alonzo pelo corredor tinha outro som agora. E eu… eu era outra também. Como se, nesses três dias, ele tivesse arrancado as bordas da minha resistência. De dentro pra fora. Sem pressa. Sem violência. Só com presença.
Tentei fugir mentalmente. Me forcei a focar em tudo que ainda me machuca. Na noite em que eu fui destruída por ele. Na fragilidade que eu passei sozinha quando descobri estar grávida. No choro das ligações que ele nunca atendeu.
Mas meu corpo… ele não sabe fugir. Ele só sabe recordar. Recordar da lareira. Dos olhos dele quando me pediu para confiar. Dos beijos que não eram pressa, mas permanência. Do silêncio… que não foi vazio, mas cheio.
Não consegui voltar ao “antes”. Por mais que eu tentasse, já nã