Antonella
A decisão não nasceu de coragem. Nasceu do incômodo.
Daquela sensação que me seguia desde o dia em que ouvi três batimentos no monitor do consultório.
Daquela necessidade de colocar as coisas no lugar, mesmo que nada estivesse no lugar desde o dia em que saí de Toronto.
Eu passei dias racionalizando, listando prós e contras na mente, tentando decidir se valia a pena abrir feridas que ainda mal tinham começado a cicatrizar. Mas, no fundo, uma parte de mim sabia que estava adiando o inevitável.
Então, numa manhã cinzenta de Londres, sentei no sofá do duplex segurando o celular como se fosse um objeto perigoso. A tela acendeu. O nome ainda estava ali.
Alonzo.
Engoli seco.
Não sei quanto tempo fiquei com o polegar suspenso sobre o botão de ligar. Talvez um minuto. Talvez vinte. O tempo não fazia sentido quando envolvia ele.
Mas uma hora eu respirei fundo e toquei o número. O coração disparou.
Uma parte de mim esperava ouvir a voz dele imediatamente. Outra parte temia isso mais d