Antonella
Eu não lembro direito como ou quando meus joelhos tocaram os degraus. Só sei que o barulho do corpo de Alonzo caindo ecoou dentro do meu peito como se o chão tivesse desmoronado junto com ele. Desci as escadas correndo, tropeçando nos degraus, sentindo as pernas tremerem como se não me obedecessem mais. Quando cheguei, ele estava imóvel.
— Alonzo! — minha voz saiu quase sem som, como se tivesse medo de existir. — Amor, por favor… fala comigo! — segurei o rosto dele, sentindo o calor dele ainda ali, mas não a resposta.
Minha avó veio rápido, segurando a bolsa contra o peito, os olhos arregalados como se soubesse que não importava o quanto ela fosse forte, aquilo pegava diretamente na alma.
— Antonella… — ela tentou dizer alguma coisa, mas só olhou para mim e já sabia que eu não podia escutar nada naquele momento que não fosse o som da voz dele.
— Ele não está abrindo os olhos! — minha voz falhou. — Alonzo, fala comigo, por favor… — minhas mãos tremiam enquanto tocavam o peito