Antonella
Quando o médico entrou no quarto com a prancheta e aquele olhar profissional, eu já sabia que algo diferente aconteceria. Ele examinou Alonzo, mediu a pressão, pediu para ele levantar lentamente. Só depois sorriu, fechou a pasta de documentos e disse:
— O senhor está liberado para ir para casa, mas precisa respeitar as recomendações. Repouso absoluto por quinze dias, alimentação forte, nos horários certos, e nada de estresse. Seu corpo ainda está se reorganizando.
Alonzo olhou para mim assim que o médico saiu. Ele parecia mais vivo do que ontem, mas ainda havia cansaço no olhar.
— Quinze dias naquela cama sem nada pra fazer? — ele provocou, forçando um sorriso fraco.
— Quinze dias se não obedecer. Talvez menos se fizer tudo direito.
Ele se ajeitou na poltrona e segurou minha mão.
— Fica comigo esses quinze dias? Ou pelo menos… durante o dia trabalhar ao meu lado? Podemos trabalhar no escritório da mansão. Você resolve as coisas das empresas e eu tento lembrar como se vive no