O cheiro de terra molhada ainda impregnava o ar quando Kael, Yoran e Ágata deixaram a taverna. A chuva havia transformado a estrada em um lamaçal infernal, mas quem ali tinha tempo para reclamar? Eles tinham um objetivo: chegar a Merlin e tirar Kaito da prisão antes do almoço. Poderiam enfrentar qualquer coisa, menos a fome de Ágata ao meio-dia.
 O caminho era longo, mas nada que os três já não estivessem acostumados. Kael seguia na frente, focado, calado como sempre. Yoran caminhava ao lado de Ágata, que ajeitava a capa, tentando ignorar o frio que insistia em se infiltrar em suas roupas.
 — Então… Kaito, hein? — Yoran quebrou o silêncio, lançando um olhar de canto para Ágata.
 Ela bufou.
 — O quê? Vamos ficar calados até Merlin?
 Ágata ergueu a sobrancelha.
 — Sim, me agradaria, de fato, ser agraciada pelo som inebriante do seu absoluto silêncio.
 Kael soltou um riso abafado, sem tirar os olhos do caminho.
 — Eu, hein? Que mau humor. — resmungou Yoran, ajeitando a capa.
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