Camille
A luz fluorescente no teto zumbia suavemente, mas em minha mente, o som era abafado pelo turbilhão de pensamentos que não me deixavam descansar.
Meu corpo ainda doía, cada músculo, cada osso, como se um peso invisível tivesse se instalado sobre mim. O cheiro do hospital, misturado com o odor pungente do álcool e dos desinfetantes, me fazia sentir uma ansiedade que não conseguia controlar.
A enfermeira tinha vindo várias vezes, mas suas palavras não passavam de uma bruma distante, algo que eu já não conseguia entender muito bem. O que me restava era o silêncio constante que me apertava o peito e a lembrança dos acontecimentos que me trouxeram até aqui.
Javier… ele ainda estava em algum lugar, provavelmente em uma sala distante, talvez em uma cirurgia ou em algum processo de recuperação que eu não queria saber mais. Fui eu quem o arrastou para esse inferno.
Eu, Camille, a mulher que ele dizia amar e que, no fim, só sabia se colocar em risco com suas decisões impulsivas.
Suzu es