Camille
Ao sair do carro, ainda podia sentir o olhar de Javier queimando em minhas costas, mesmo que ele não tivesse dito uma palavra durante o caminho. Suspirei, ajustando a alça da bolsa no ombro e começando a andar em direção à mansão. Estava cansada, mas não fisicamente – meu cansaço vinha de outro lugar, um peso que parecia crescer cada vez mais entre nós.
Meus saltos batiam contra o chão de pedra com firmeza, o único som no silêncio do jardim. No entanto, antes que pudesse alcançar a porta, ouvi o ronco do motor atrás de mim. O carro de Javier estacionou bruscamente ao meu lado.
— Camille, pare. — Sua voz era séria, autoritária.
Parei e me virei para ele, surpresa. Ele raramente me abordava dessa maneira, pelo menos não tão abertamente.
— Parar com o quê? — perguntei, confusa.
Ele saiu do carro, andando em minha direção com passos firmes. Havia algo em sua expressão que era difícil de decifrar, mas eu sabia que estava prestes a ouvir algo que não gostaria.
— Com isso. Com... o q