Auriel
Elowen é muito entusiasmada com a vida, sua energia vibrante como um raio de sol que corta as sombras, mas essa vivacidade me deixa sobrecarregada, um turbilhão de emoções que colidem em meu peito, uma mistura de admiração por sua alegria e exaustão por não conseguir acompanhar seu ritmo efervescente.
Ela me olha com olhos verdes brilhando de expectativa, como se esperasse que eu me jogasse em uma dança de celebração pela notícia de nossa conexão familiar, mas meu coração está pesado, preso em um emaranhado de confusão, surpresa e uma timidez dolorosa diante da ideia de sermos parentes de uma maneira tão inesperada, tão inusitada. Não sei como reagir, e a certeza de que minha resposta não será o salto de alegria que ela imagina faz uma onda de culpa me invadir, como se eu estivesse decepcionando sua esperança pura, seu desejo de me acolher como família.
Amara, por outro lado, me encara com seus olhos alaranjados, profundos e perspicazes, e sinto que ela enxerga através de mim,