Auriel
Olho para Thorne e percebo a frustração em seu olhar. Ele odeia não ter controle total da situação, não saber exatamente o que o espera. Também percebo o cansaço, a dor de estar vulnerável. Há sombras embaixo dos olhos dele, o ombro levemente curvado, um peso invisível apoiado ali.
“Podemos partir logo que o sol nascer,” o beta anuncia e olha no relógio. “Que será daqui a poucas horas. Sugiro que vocês descansem um pouco. Tenho um quarto lá em cima que servirá para vocês.”
Tenho uma troca de olhar com Thorne e sinto minhas bochechas ficarem avermelhadas com a lembrança de nós dois deitados na floresta. A lembrança do beijo, das mãos, do peso do corpo dele sobre o meu, do sussurro que ele solta ao meu ouvido, volta com uma clareza tão grande que meu coração acelera e minha pele esquenta.
“Obrigado, preciso mesmo descansar,” Thorne responde com um sorriso maroto nos lábios.
O sorriso carrega cansaço, mas também um quê de provocação e leveza, como se ele ainda conseguisse brincar