Ao final da aula nosso grupo se juntou rapidinho para salvar o contato de todos e criamos um grupo para a gente, apesar de que ninguém mandou nada a ninguém. Finalmente caminho até a saída com Rafael, indo para o carro do Pedro, como de costume. Ele e Anna já estão parados do lado de fora, apenas esperando por nós, conversando entre eles e rindo. Anna empurra ele um pouco, usando sua mão contra o peitoral dele e ele segura sua mão, revidando com cosquinhas em sua cintura. Assim que eles nos veem, Anna sai de perto dele e vai em direção a Rafael. Rafael caminha em direção a ela também, lhe dá um abraço e um beijo apaixonado, diz que sentiu saudade e ela também retribui falando coisas fofas para ele. Anna passa suas mãos pelo cabelo dele, tocando suas mechas onduladas de forma gentil e amorosa. - Parece que você está cada dia mais lindo, meu amor!- e então me olhando acrescenta - Tenho que tomar cuidado para não surgir pessoas querendo roubar você de mim. Reviro os olhos para
[…] Todos optamos por um sorteio e o resultado foi aceito por todos. Heathcliff seria interpretado por Augusto, eu seria seu par, Catherine, já Rafael seria Edgar e Camila e Diana as empregadas que estarão presentes na cena, como coadjuvantes. Assim que o resto a gente resolveria na outra semana. Fiquei triste por Rafael não ter saído com o papel principal, mas feliz porque algumas falas juntos teríamos. Em alguns minutos sairíamos para ir à festa do tal do Juninho, mas olho minhas roupas e não gosto de nenhuma. “Me imagino que as garotas vão estar deslumbrantes e eu… parecendo um saco de batata”, penso ao me olhar no espelho e ver meu vestido preto curto de mangas largas e decote com recorte quadrado. Simples, que me custou nada mais nada menos que 50 reais. O vestido é daqueles que cola no corpo, mostrando bem a silhueta da pessoa. No meu caso, a única coisa bonita que mostraria seria minha cintura. Já que peito está em falta e minha bunda é bundinha. Me olho no espelho mais
A primeira coisa que noto é Rafael, ele usa uma camisa branca lisa, uma bermuda preta e um tênis da Nike, preto com branco, que casa perfeitamente bem com seu outfit. Seu visual é despojado. Dessa vez está bem aparente seu colar com o anel de compromisso ao redor do seu pescoço. Já Anna usa uma mini saia de couro no tom preto, um coúrset branco que destaca bem seus peitos, combinado o look com o do seu parceiro e nos pés, ela usa uma sandália de saltos finos. Seus cabelos dourados faziam leves ondas por todo o comprimento. Ela está maravilhosa. Uma pontada de inveja me atinge, o que me deixa para baixo. “Como ele repararia em mim, quando tem ela ao seu lado?”, me indago sentindo-me estúpida. Pedro chama todos para o carro e diz que o melhor vai começar agora. […] - O que é isso no seu pescoço? - me interroga Rafael notando a marca vermelha sobre minha pele pálida. Eu e ele decidimos ficar em um canto curtindo a festa enquanto Pedro e Anna se divertiam com o povo da sala de
Rafael me olha achando graça. - Está defendendo minha namorada agora? Achei que vocês não se gostassem? - perguntou ele soltando um riso. - A gente não se gosta. Estou apenas falando algo que eu sei. Fatos são fatos. - ele se afasta um pouco de mim e me lembro de respirar novamente. - Mas se ela tem um melhor amigo que não sou eu, por que eu não posso ter uma que não seja ela também? - mal me lembro de respirar e sua intensidade me atinge novamente. Mas ele tem razão. Eu penso igual, em um relacionamento tem que ter igualdade. - É, você tem um ponto. Eu concordo com você. - digo a ele, relaxando meu corpo. Talvez realmente não seja nada demais estarmos aqui. “Você tem que parar de se iludir com qualquer coisa” digo a mim mesma. Ele sorri, sem malícia ou intenção romântica. Não sei dizer se me sinto aliviada ou desapontada. - Finalmente. Agora me diz… - ele toca em meu pescoço novamente - O que foi que aconteceu aqui? - seus dedos tocavam a marca do chupão gentilmen
Rafael ri como se eu tivesse contado uma piada para ele. - Eu não tenho intenção de fazer isso. - responde curto e direto. Logo escutamos alguns passos e vozes perto da gente. Era Anna sendo ajudada por Pedro a caminhar. - Não imaginava que íamos perder tantas vezes… - escuto ela dizer - Hei, você! Ela aponta para mim, e como quem se sente culpada me afasto um pouco do namorado dela. Ainda acho apavorante a ideia de brigar com uma mulher por causa de homem. - Você está bem bonita hoje! - ela diz com sua voz de bêbada, me pegando de surpresa com o comentário. - Anh… Obrigada?! Eu acho… - respondo a ela ainda confusa. Ela vem em minha direção e me abraça, colocando seus braços em volta do meu ombro e logo se ajeitando. - Vem! Vamos tirar um foto. - bastante sociável e actuando como se fôssemos melhores amigas, ela pega seu celular e tira uma foto nossa, uma foto toda tremida. - Por que vocês dois não vem se divertir com a gente? Vocês parecem dois excluídos assim…
Anna também está parada ali, parecendo um pouco mais sóbria agora. Meio que entendendo a situação ela segura na mão do amigo dela e diz ao seu namorado: - Eu vou levar ele para fora para se acalmar um pouco. Você fica aqui e conversa com ela… depois vocês nos procuram. - diz ela apontando para mim enquanto passa uma das mãos de Pedro pela sua cintura e a outra por cima de seu ombro, podendo assim caminhar com ele até o lado de fora. E então sai com ele, conversando sobre algo que já não podemos mais escutar, mas parecendo bem brava. Rafael olha para Augusto, como quem pede uma explicação. Augusto suspira, parecendo um pouco incomodado. - Eu só estava tentando ajudar ela… - aponta ele para mim meio confuso com o fato de Rafael estar aqui também. “Me ajudar em que?” Penso comigo mesmo. Eu olho para Rafael que ainda está parado diante de mim, porém, me dando as costas e bebo mais um pouco do meu drink. Bebo por dois motivos, primeiro: ainda estou com muita raiva; segundo: te
Ele volta com a chave, me pede para seguir ele e vamos em direção a porta principal. Anna e Pedro ficam na festa. Pelo visto ela não se importou de saber que eu e ele estaríamos no carro esperando por eles. Caminhamos em silêncio e por ter muita gente, Pedro acabou estacionando o carro meio longe. Mas logo vemos ele parado de baixo de uma grande árvore. - Quer ficar aqui fora e respirar um pouco? - me pergunta se encostando na porta do carro e dando um tapinha ao seu lado. - Um pouco de ar fresco faz bem. Vou até ele e me apoio ao seu lado. Está escuro pela sombra da árvore, mas não a ponto de ser um breu total. O observo, ele olha seu celular e logo coloca de volta em seu bolso. - E então, o que aconteceu? - me pergunta virando seu corpo levemente para mim. Eu rio um pouco nervosa por estar sozinha com ele em um lugar escuro e silencioso, mas dominada novamente pelos seus olhos. - Acho que você me pergunta bastante isso… - digo olhando para ele, que confirma com a cabeça - Tir
Deixar a casa do meu pai para ir viver com a minha mãe, nunca, jamais havia passado pela minha cabeça nesses 8 anos dos quais não vi ela. Até porque quem decidiu acabar com a família foi ela, quando traiu meu pai sabe se lá quantas vezes. Mas enfim, aqui estou eu, na porta da casa dela ao seu lado para uma nova etapa da vida, depois de não aguentar mais o maltrato da nova mulher do meu pai. Ainda é esquisito ver ela, a que se diz minha mãe. Continua bonita, mas diferente. Sempre tivemos o cabelo tão preto quanto à noite, porém agora seus cabelos tem um tom de loiro que faz destacar ainda mais suas sobrancelhas escuras. - Você vai gostar dele, ele é bem tranquilo, acho que vocês vão se dar bem! - ela dizia empolgada sobre algo que não escutei bem enquanto abria a porta. Assim que ela abriu a porta eu dei uma olhada curiosa para ver em que tipo de lugar ela vive, já que nos deixou por um homem rico e realmente a casa é incrível. Tudo nesse lugar grita: valho muito, e isso só me fa