Obsessão pelo tio do meu marido.
Obsessão pelo tio do meu marido.
Por: Cristina Cristey
cap. 1

Capítulo 1 – Uma Noiva Sortuda

No silêncio da terra molhada, Ângela aprendeu que o amor pode matar e a sobrevivência começa no exato instante em que o coração é quebrado, e que seu aparente inimigo pode ser seu aliado nos momentos que parece o fim.

POV Ângela

2h horas antes

Eu podia ouvir os flashes estourando como fogos discretos a cada passo que eu dava naquele salão, o dia que tinha começado nublado, para mim agora era cheio de luz nesse grande lugar luxuoso que abafava qualquer preocupação com o mundo exterior.

 A música ambiente era sofisticada, o perfume das flores se misturava ao do meu cabelo recém-arrumado, e meu vestido branco colava no corpo como se tivesse sido costurado pela própria vaidade, após nosso casamento no civil estávamos comemorando mais um passo.

Eu estava radiante, não por acaso. Era o meu dia.

O dia em que tudo que eu havia sonhado começava a se tornar real, depois de quatro anos Rafael decidiu me pedir em casamento, estávamos prestes a nos formar também e agora todos podiam ver que nosso relacionamento que se entendia desde o ensino médio era algo real.

— Você está linda — Rafael sussurrou ao meu ouvido, enquanto me puxava pela cintura com aquele sorriso fácil que sempre usava quando queria me deixar sem graça.

Sorri, encostando a cabeça de leve no ombro dele. Rafael sabia ser doce, gentil e encantador.

Ele era meu namorado desde o terceiro ano quando estávamos no ensino médio, meu cúmplice em tudo, inclusive no que estávamos prestes a fazer.

Desde o ensino médio, ele dizia que um dia eu seria dele, Ele lutou por mim, e venceu conseguiu realmente me conquistar e todos esses anos juntos ele se mostrou um homem de caráter incorruptível, minha família gostava dele o suficiente para aceitar todo o futuro que escolhemos para nos dois.

— Todos estão dizendo que eu sou sortuda — murmurei, fazendo charme enquanto os garçons passavam com taças de champanhe.

— Eles estão certos — ele respondeu, beijando meu ombro nu. — Mas eu sou o mais sortudo aqui, por ter uma mulher tão fascinante como você.

Os convidados sorriam ao nos ver juntos. Ele estava radiante e me elogiava, fazia questão de mostrar ao mundo que me tinha nos braços, e que me escolhera.

E eu… eu o amava. Não aquele amor ideal e ingênuo de filme, mas um amor alimentado pela cumplicidade, pelas noites dividindo segredos, e pelas manhãs fazendo planos em lençóis amarrotados.

— Seu tio está nos observando de novo — comentei, rindo entre dentes. — Acha que ele está desconfiando?

Rafael seguiu meu olhar. Do outro lado do salão, Lúcio, o poderoso e temido empresário, nos observava com uma expressão sombria, quase predatória.

Um homem que já teve o mundo nas mãos e agora mal conseguia levantar um copo, ele estava cada dia pior e o dinheiro não era capaz de salva-lo dessa maldição por ser um homem cruel e ganancioso.

E esse era um dos motivos, além do nosso amor, que eu e Rafael estávamos pensando em nos casar antes de nos formar.

— É só a cara de quem está prestes a perder metade de tudo — Rafael brincou, mordendo o lábio inferior e me puxando para mais perto. — E a culpa vai ser sua.

— Minha? — perguntei, rindo enquanto ele me abraçava por atrás me beijando no pescoço, mas me trazia um pouco de desconforto por seu tio está nos observando descaradamente como se tivesse nos avaliando.

— Você é irresistível — ele respondeu. — E oficial agora. Casar com você agora foi a melhor coisa que fizemos, obrigada por aceitar adiantar a data, sei o quanto você é meticulosa e gosta de seguir de acordo com o plano, mas prometo que não vou te desapontar, seu futuro está garantido ao meu lado.

— Não por isso, você sabe, eu me casei mais ainda porque era seu sonho ter a chance de administrar as empresas que deveria ser sua por direito, mas seu pai faleceu deixando tudo para o irmão mais novo dele, mas agora... você pode ter o vislumbre de tudo e eu estou feliz por isso, — disse a ele com sinceridade, o dinheiro de Rafael não me interessava, não que eu fosse de uma família rica, mas sempre vive bem ganhando meu próprio dinheiro, vivendo com minha mãe e irmãos juntos cuidávamos muito bem um do outro, agora com vinte dois anos consegui uma vaga em uma empresa importante e posso viver de forma instável também, mesmo que Rafael diga que vai cuidar de mim, eu ainda tenho tantos projetos que espero que ele possa estar ao meu lado.

 Mas por agora eu estava aqui, quatro anos de namoro, promessas, e enfim o casamento civil. Com meu nome ao lado do dele, tínhamos acesso direto à herança que estava travada, parte da fortuna do seu tio.

E com o estado de saúde frágil do tio, era questão de tempo ele conseguir a outra metade, eu não sei muito sobre aquele homem, mas sei que ele é um homem bem estranho e quase nunca demonstra qualquer emoção como se fosse morto por dentro.

Desde que o irmão dele lhe entregou todas as suas posse e morreu por alguma razão desconhecida, ele fez as coisas do seu jeito e ninguém o suportava, era um homem que inspirava medo e pânico.

Mas enquanto todos brindavam, eu ainda sentia o olhar de Lúcios queimando minha nuca a primeira vez que encontrei esse homem foi quando visitei a mansão dele, e isso foi a quatro anos quanto tinha apenas 18 anos e estava começando a namorar Rafael e vendo ele agora... ele parecia ainda mais assustador, não parecia ter mudado muito, mesmo que naquela época ele só tivesse vinte quatro anos, a única diferença é que hoje em dia mesmo com seu porte atraente, ele era apenas uma casca doente que esta definhando para a morte, um homem como ele só poderia enfrentar esse destino frio.

Ainda assim Algo nele não se rendia. Um olhar que atravessava, que lia do véu, além do vestido, com seu olhar penetrante... eu tinha medo que ele soubesse o que Rafael estava tramando com esse casamento, na verdade, não era um segredo, mas ele não pode nos acusar de estarmos jogando com ele, afinal eu não sou uma mulher que Rafael pegou na rua para se casar devido às condições que ele criou para lhe ceder parte da herança, já tínhamos planos mesmo antes dele dizer que poderia ceder metade de sua herança a Rafael se ele se casasse.

— Rafael, é tão desconfortável ele nos observando, ainda mais com aqueles dois seguranças ao lado dele. — comentei um pouco assustada, mas quando encaro Rafael, ele está com a cara na tela do celular, a expressão não é ótima como se algo o incomodasse, como se tivesse recebido uma mensagem inconveniente, ele atendeu imediatamente, mal deu tempo de ver quem poderia ser.

— Preciso atender uma ligação de negócios, Volto em quinze minutos. Continue sorrindo e sendo perfeita, como sempre.

Beijou minha testa e se afastou, entrando no elevador que o levaria até a suíte presidencial que tínhamos reservado.

Eu continuei sorrindo.

 Aceitei os parabéns, bebi mais uma taça, ri das piadas sem graça dos acionistas. Mas depois de alguns minutos, um deles se aproximou.

— Sabe onde está o Rafael? Ele ficou de me apresentar ao consultor da empresa…

Olhei para o relógio. Já fazia quase vinte minutos que ele havia subido.

— Ele deve estar na suíte. Vou ver se ele já terminou a ligação. — franzi o cenho ao perceber que já tinha se passado vinte minutos.

Desculpei-me, ajeitei a saia do vestido e caminhei até o elevador. O coração batia num ritmo estranho, ele estava demorando mais do que o previsto, onde ele estava? E meu instinto nunca falhava, era como se tivesse acontecendo algo muito errado.

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