Cap. 66
Cap. 66
O som de seus passos ecoava pelo corredor amplo. Lúcios andava devagar, sem pressa, os ombros ainda pesavam, os punhos enfaixados ardiam, mas ele ainda analisava cada passo que dava com uma sensação agradável, mesmo que ainda fosse dolorido, ele não se importava.
Ele parou diante da porta do quarto de Ângela. A luz de um abajur escapava por uma fresta, projetando uma linha dourada no chão polido.
Por um instante, Lúcios só encostou a testa na madeira fria. O peito subia e descia, pesado, e a mandíbula se movia, como se mastigasse uma confissão que não teria para quem ser dita.
Por que estou vindo aqui? ele suspirou para si mesmo.
Ergueu a mão para bater, mas não conseguiu, Ao invés disso, girou a maçaneta devagar.
A porta abriu-se sem ranger. Lá dentro, Ângela dormia, encolhida na ponta da cama, os cabelos espalhados pelo travesseiro como um véu desarrumado. O rosto inchado denunciava que ela havia chorado até dormir.
Lúcios deu um passo para dentro, depois outro, o coração b