Cap. 58

Cap. 58

Ponto de vista Angela

Faz dias que eu não sei exatamente quando o sol nasce ou se põe.

Acordo e adormeço nesse quarto onde tudo parece pulsar no ritmo de uma respiração que não é minha — é a dele, para meu alívio.

Lúcios respira, ainda que com dificuldade. Às vezes, acho que sou eu quem empresta o ar, a força, o calor. É ridículo, mas preciso acreditar nisso.

Eu cuido dele. Ponto por ponto de acupuntura, cada agulha como um fio de esperança de conseguir reverter o que já vem sendo feito há anos.

Cada madrugada é uma batalha contra o relógio — e contra a minha própria mente, que insiste em perguntar se ele vai acordar me odiando.

Por muitas vezes, até mesmo pesadelos têm me atormentado — dele acordando e me jogando para fora da casa dele, da vida dele. E, quando não é isso... me lembro daquele buraco onde eu estava sendo enterrada viva. Mesmo que eu tente abafar e parecer que saí ilesa, eu ainda tenho medo. Medo de que aquilo aconteça de novo. Eu fiquei à beira da morte por uma
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