Cap. 37
Cap. 37
O patrão estava deitado, apoiado nos travesseiros, os olhos semicerrados.
— Onde está Ângela? — ele perguntou com a voz rouca, assim que viu Valerius entrar com a bandeja.
— Está na cozinha, terminando a sopa nova — respondeu Valerius.
Lúcios franziu levemente o cenho e, com um olhar desconfiado, encarou a bandeja nas mãos dele.
— E essa sopa aí?
Valerius olhou para a tigela. O cheiro era o mesmo de antes. A mesma aparência. Mas agora, após tudo que ouvira, ela parecia outra coisa. Como uma sentença.
Ficou imóvel por um segundo e, então, olhou nos olhos de Lúcios, forçando um sorriso torto.
— Essa sopa está ruim. Na verdade, horrível — disse. — Ângela pediu que eu demitisse mais um empregado hoje... Devo seguir as ordens?
Lúcios desviou o olhar, exausto. Havia sombra demais sob seus olhos.
— Faça o que ela pedir — respondeu simplesmente, sem emoção.
Valerius assentiu. Seguiu até a porta, prestes a sair, quando a voz de Lúcios o chamou de volta.
— Não vai me deixar provar?
Vale