Cap. 36
Cap.36
O estalo repentino da porta sendo aberta bruscamente fez com que o frasco voasse da mão da mulher e caísse em um lugar distante embaixo de um dos armários, os olhos de Ângela estavam bem atentos onde foi parar como se aquela fosse a intenção.
— Boa noite! — disse Ângela, com um sorriso doce demais para ser verdadeiro, girando sobre os calcanhares como uma bailarina no meio da cozinha, como se aquilo fosse uma brincadeira de criança.
A empregada recuou dois passos de susto, o rosto pálido como se tivesse visto um fantasma, enquanto olhava ao redor atonica procurando onde o fraco caiu.
— S-senhora... — balbuciou, claramente tremendo. — A sopa do patrão... está... aqui, senhora. — Ela apontou com a mão trêmula para a tigela fumegante sobre a bandeja.
Ângela olhou a comida com um leve arqueamento de sobrancelhas, sem se aproximar. Apenas balançou a cabeça, ainda sorrindo, como se não tivesse percebido nada de errado. Como se não tivesse visto o frasco escorregando dos dedos da mulh