Cap.146
Lúcios se virou devagar, o olhar cansado se aproximando de Arthur com passos cautelosos.
— Como ela está? — sua voz saiu grave, abafada, como se carregasse horas de silêncio engolido.
Arthur respirou fundo, avaliando-o.
— Está ficando bem, apesar das crises em família... falando nisso... vai fazer um ultrassom agora. Estamos acompanhando o desenvolvimento das crianças uma vez por semana.
O maxilar de Lúcios se contraiu, como se cada palavra mexesse com algo que ele tentava conter.
— Só queria saber se ela estava fora de risco… — murmurou, desviando os olhos. — Não tenho conseguido trabalhar, pensando se ela… — parou, fechando os punhos. — Agora estou mais aliviado.
Arthur observou o tom contido, mas percebeu a tensão nos olhos dele. Quando Lúcios se virou para seguir em direção ao elevador, Arthur, quase num impulso, chamou:
— Obrigado.
Lúcios parou, lento, e virou-se de lado, a sobrancelha erguida.
— Obrigado… pelo quê?
Arthur se aproximou, o peso das palavras carregado de ve