Cap.135
— O soco de Valérios veio como um machado. A cabeça de Lúcios virou; o corpo cambaleou para trás.
O segundo golpe não lhe deu chance de respirar: Valérios o agarrou pela gola e o arremessou contra a mesa de mogno. Papéis voaram, copos quebraram. O corpo tombou pelo outro lado, caindo pesado no chão.
— Já fazia tempo que eu queria ferrar com a sua cara! — rugiu Valérios, o peito arfando. — Tem homem que só aprende depois de apanhar. Você é um desses, não é? Como pode se atrever a fazer isso com a mulher que diz que ama? — disse, como se cuspisse as palavras com desprezo.
Os olhos de Valérios queimavam de indignação, mas havia também dor.
— Você matou os sonhos dela, Lúcios…! — cuspiu, quase sufocado. — Essa merda não era só sua! Como é que a Ângela vai viver agora, sabendo que o homem que amou tanto tempo decidiu matar o fruto do amor de vocês?
Ele parou. As mãos tremeram quando as levou à própria cabeça, como se quisesse arrancar o peso da verdade. Depois apontou o dedo, a res