Cap. 134

Cap. 134

— A porta da emergência parecia embutida de aço frio quando Lúcios a abriu com força. O corredor branco do hospital girou por um segundo na visão dele: vozes abafadas, o apito distante das máquinas, até que o chão firme reapareceu sob a roda da cadeira.

Ele não tinha ideia do que esperar da reação de Ângela, mas, desde que ela estivesse viva, seria melhor para ela.

Ele empurrou a porta da sala e parou, o coração batendo num ritmo que não reconhecia: vazia. A maca, sem lençol; os equipamentos desligados. Nenhum sinal de Ângela.

— Onde ela está? — a voz saiu trêmula, cortante, quase um comando.

Uma enfermeira, ainda com a expressão cansada de quem passou noites em corredores, ergueu os olhos. A confusão no rosto dela foi o pequeno fósforo que acendeu o pânico dentro de Lúcios.

— Senhor, ela… — começou, mas não tinha resposta; ela demonstrou desconforto.

Ele correu pelo corredor, empurrando pessoas, pedindo o médico. Alguém apontou a sala de plantão; o doutor estava lá, de pé, a
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