Cap.119
Kellen ficou paralisada, sem reação, os olhos marejados.
— Eu... não foi... não, mamãe...
Mas minha mãe não quis ouvir. Com lágrimas nos olhos, ela se jogou ao meu lado, mas não podia encostar em mim. Ela sabia, ainda mais depois de um tombo tão agressivo; em meio àquele sangue, não havia o que fazer.
— Arthur, por favor! Socorro!
— Kaedra! — A voz do meu pai, Arthur, ecoou pelo corredor enquanto se aproximava correndo. — Não toque nela!
— Ela está sangrando, Arthur! Ela está morrendo! — minha mãe chorava, os dedos tremendo ao tentar estancar o sangue.
Meu pai tomou o controle da cena. Seu olhar calmo escondia o pavor, mas seus movimentos eram rápidos e precisos. Como médico renomado, sabia bem o que fazer. Sem delongas, pegou o telefone e ligou para a emergência, ordenando que minha mãe se afastasse.
Enquanto isso, ela, com o rosto tomado pelo desespero, não parava de apontar para Kellen, que tremia no topo da escada, pálida.
— Foi ela! Eu vi, ela empurrou!
Michelangelo, sent