78. A PROCURA DE CAMILA
A revelação vinda de sua mãe caiu sobre Leonardo como uma sentença.
Durante tempos, ele acreditara que Camila havia morrido, havia deixado-o sozinho sem o seu amor. Mas agora, diante das palavras frias e carregadas de desprezo da mulher que o criara, tudo ruiu.
A verdade tinha outro sabor — o amargo da culpa.
Camila não o abandonara. Ela fora empurrada para fora de sua vida, ameaçada, humilhada, e desaparecera não por covardia, mas para proteger o que restava de si.
Desde então, Leonardo não teve mais paz. A imagem dela começou a persegui-lo: o sorriso tímido, os olhos cheios de esperança, a voz doce chamando-o pelo nome. E cada lembrança se tornava uma faca girando dentro do peito.
Ele precisava encontrá-la — nem que fosse apenas para ouvir a verdade de sua boca, nem que fosse para olhar em seus olhos e pedir perdão, mesmo sabendo que talvez fosse tarde demais.
Sabia exatamente por onde começar: a tia que criara Camila, uma mulher simples do interior que, segundo os registros antigos