72. O RELATÓRIO DO DETETIVE
sol já estava alto quando Marcelo Diniz estacionou o carro em uma rua tranquila, ladeada por árvores e casas modestas, onde o tempo parecia correr mais devagar.
Era ali, segundo as informações que reunira, que Isabela havia vivido com as crianças nos últimos anos — um lar simples, mas repleto de vida.
O detetive observou a fachada da antiga casa: portão azul, janelas brancas e um pequeno jardim que, mesmo agora um pouco descuidado, ainda exalava o perfume das flores que um dia Isabela certamente cultivara.
Ele respirou fundo e caminhou até o portão. Uma senhora de cabelos grisalhos varria a calçada do outro lado da rua. Marcelo se aproximou com o mesmo tom sereno e educado que costumava usar quando queria extrair informações sem levantar suspeitas.
— Com licença, dona... posso tomar um minuto do seu tempo? — perguntou ele, ajeitando o crachá falso de "técnico da companhia de água" preso ao bolso da camisa.
A mulher, curiosa, parou de varrer e o observou por cima dos óculos.
— Pode fa