24.GRÁVIDA

O quarto do hospital estava mergulhado em uma penumbra silenciosa. O cheiro característico de álcool e medicamentos impregnava o ar, contrastando com a brancura das paredes. Isabela estava deitada, ainda fraca, com os olhos pesados e a pele pálida. A sensação de tontura e náusea não passava.

O médico de confiança de Helena — um homem de meia-idade, de fala contida e gestos precisos — entrou no quarto acompanhado dela. Trazia uma pasta em mãos e um olhar frio, típico de quem já sabia exatamente o que diria.

— Senhora Helena... — começou ele, dirigindo-se primeiro à sogra, como se Isabela não tivesse voz ali. — Os exames confirmam. Sua nora está grávida.

O coração de Isabela deu um salto. O ar pareceu faltar-lhe.

— G... grávida? — murmurou, a voz trêmula, quase um sussurro.

O médico não lhe lançou sequer um olhar compassivo. Continuou, impessoal:

— Há um pequeno sangramento interno, nada grave, mas que requer cuidados. Ela precisará permanecer em repouso absoluto, internada por alguns d
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