O quarto do hospital estava mergulhado em uma penumbra silenciosa. O cheiro característico de álcool e medicamentos impregnava o ar, contrastando com a brancura das paredes. Isabela estava deitada, ainda fraca, com os olhos pesados e a pele pálida. A sensação de tontura e náusea não passava.
O médico de confiança de Helena — um homem de meia-idade, de fala contida e gestos precisos — entrou no quarto acompanhado dela. Trazia uma pasta em mãos e um olhar frio, típico de quem já sabia exatamente o que diria.
— Senhora Helena... — começou ele, dirigindo-se primeiro à sogra, como se Isabela não tivesse voz ali. — Os exames confirmam. Sua nora está grávida.
O coração de Isabela deu um salto. O ar pareceu faltar-lhe.
— G... grávida? — murmurou, a voz trêmula, quase um sussurro.
O médico não lhe lançou sequer um olhar compassivo. Continuou, impessoal:
— Há um pequeno sangramento interno, nada grave, mas que requer cuidados. Ela precisará permanecer em repouso absoluto, internada por alguns d