Entre Portas Fechadas e Corações Abertos -
Narrado por Clara –
A batida foi forte o suficiente para me fazer levantar da cama num salto.
Meu coração disparou. Por um segundo, imaginei Rafael ali… mas logo em seguida pensei em Pedro e um arrepio de pavor subiu pela minha espinha.
Caminhei até a porta com passos hesitantes, as mãos suando.
— Quem é? — perguntei, com a voz embargada.
— Sou eu — ouvi a voz grave e familiar de Rafael do outro lado.
Meu peito apertou. Por um instante, pensei em não abrir. Eu estava destruída, emocionalmente exausta, com os olhos inchados de tanto chorar e o gosto amargo da vergonha ainda preso na garganta.
Mas… abri.
Ele estava ali, parado, com a expressão carregada. O cabelo bagunçado, a barba por fazer, e um olhar que parecia refletir a mesma confusão que eu sentia por dentro.
— Posso entrar? — perguntou.
Assenti, abrindo espaço.
Ele entrou devagar, como se cada passo fosse medido.
Fechei a porta atrás de nós e fiquei encostada nela, como se precisasse d