57. DESCONFORTO
O som do monitor cardíaco preenchia o quarto branco, ritmado, constante. A luz suave que entrava pelas frestas da persiana deixava o ambiente envolto numa calma forçada, quase artificial. Larissa abriu os olhos lentamente, sentindo-se flutuar entre o torpor e a realidade. Por um instante, não soube onde estava. Nem por quê.
Então, flashes curtos vieram — o vestido na passarela, os aplausos, o sorriso orgulhoso, o envelope...
Aquela maldita folha com dois nomes em negrito.
Seu corpo enrijeceu na maca.
— Larissa...? — a voz de Jacob preencheu o ambiente, rouca de preocupação. Ele estava sentado ao lado da cama, os cotovelos nos joelhos e os dedos entrelaçados, como quem vinha rezando em silêncio.
Ela virou o rosto com esforço, e os olhos dele encontraram os dela com uma urgência ferida.
— Meu Deus... você está acordada. — Ele se levantou imediatamente e segurou sua mão. — Eu fiquei desesperado. Você caiu... do nada... Larissa, o que aconteceu?
Ela engoliu em seco. Os olhos de Jacob busc