31. NÃO, MÃE! NÃO!
O trajeto até o hospital foi um borrão para Larissa. Suas mãos tremiam ao segurar o volante, embora tentasse manter o controle. O coração batia descompassado no peito, como se quisesse pular da caixa torácica e fugir daquela realidade que se aproximava com a mesma velocidade do carro na avenida. O hospital parecia cada vez mais próximo — e, ao mesmo tempo, um abismo.
Ela sabia. Lá, no fundo, Larissa sempre soube que aquele dia chegaria. Desde o diagnóstico cruel. Desde as sessões de quimioterapia. Desde os dias em que a mãe não conseguia se levantar da cama. Sabia que o câncer era uma sentença silenciosa e implacável. Mas saber… não era o mesmo que aceitar.
Quando finalmente chegou, estacionou o carro de qualquer jeito, sem se preocupar com alinhamento ou vaga certa. Abriu a porta com as mãos frias e cambaleantes, como se o próprio corpo estivesse hesitando em levá-la até a verdade. Respirou fundo e correu, atravessando a entrada do hospital como se o chão queimasse sob seus pés.
O sag