28. E SE ELA FOSSE SUA IRMÃ?
O silêncio que se instalou entre pai e filho era quase insuportável. Um tipo de silêncio que não apenas preenchia o ambiente — ele esmagava, como uma parede invisível que sufoca. Jacob permanecia imóvel, de pé, mas por dentro sentia como se estivesse caindo. A cada segundo que se passava, era como se o chão sob seus pés se desfizesse em pó. Tudo ao seu redor parecia girar devagar, como se o mundo tivesse perdido o compasso.
Ele olhava fixamente para Willian, esperando por mais. Mais palavras, mais explicações, mais verdades. Mas o pai hesitava. Algo dentro dele resistia — uma parte escondida que ele se recusava a expor. Porque ali, naquele ponto de ruptura, Willian sabia que a verdade total era uma faca de dois gumes: libertadora por um lado, destruidora por outro.
O pai virou-se lentamente em direção à janela. Do outro lado do vidro, a cidade brilhava, indiferente ao drama que se desenrolava ali. Luzes, movimento, vida — tudo continuava como se nada tivesse mudado. Mas para Jacob, o m