Tento raciocinar. Não posso agir desesperada. Como não estar assim? O pai dos meus filhos está com uma bala cravada no ombro, com sangue que não para de escorrer. Sopro o ar algumas vezes. Balanço a cabeça, isso não está acontecendo.
— Quem atirou em você?
— Eu não sei. - é nítido o esforço que faz para simplesmente me responder. — Me pegou de surpresa. Não consegui olhar para sua face, nem daria. Estava usando uma máscara.
Estranhei quando ele apertou mais forte a minha mão.
— Por favor, Soraya. Cuide das crianças. Se acontecer algo comigo, cuide delas. Eles precisam de você.
— Não fale besteiras. - eu tentava aparentar calma, isso era inútil. — Você vai viver muito ainda. - inclinei meu corpo e depositei pequenos beijos em sua boca, ele não desviou. — Foi somente uma bala de raspão, não está feio.
Ter que mentir foi a solução! Não estava agradável aquela perfuração. Era indiscutível que havia sido algo intencional. A pessoa errou provavelmente a direção. Não atirou para simplesmente