Aurora Fontana
Estudar moda sempre foi um sonho. A verdade é que eu sequer me lembro de quando essa vontade surgiu. Eu amava me vestir com as roupas da minha mãe, misturar texturas e estampas e sair desfilando pela casa. Com oito anos foi quando eu comecei a encher minha mãe para que ela me colocasse em curso de corte e costura, mas foi só aos dez anos que finalmente eu a convenci. Aos doze, comecei a desenhar minhas próprias roupas, mas sinceramente eu era horrível. Só aos quinze que eu melhorei consideravelmente nos desenhos e comecei a fazer pequenos cursos e oficinas voltadas para moda e design. E aos vinte eu pude finalmente ingressar na faculdade de moda tão sonhada. Morei durante boa parte da minha vida em uma cidade chamada Como e que ficava a apenas 50 quilômetros de Milão onde eu estudava. Eu não podia estar mais feliz em estar na cidade da moda e estudando o que eu amava. Milão tem sido o palco de muitas das primeiras vezes da minha vida. Foi a primeira vez que eu morei sozinha, que tive que resolver coisas de adulta sozinha e a primeira vez que eu me apaixonei. Marco Salvatore sempre foi sedutor, com pele bronzeada, cabelos escuros, mandíbula marcada e nariz afilado, foi fácil me sentir atraída e pouco depois apaixonada. Nos conhecemos um pouco antes das aulas iniciarem, no campus, quando eu fui terminar a minha matrícula. Marco era da área de marketing e já estudava ali a um ano. Ele me ajudou muito nos primeiros dias e isso nos aproximou demais. Trocamos números e conversamos bastante até que eu aceitasse sair com ele para um encontro. Era fácil estar com ele. O Salvatore era gentil, calmo e me tratava como uma princesa, nunca tive o que me queixar dele. Engatar em um relacionamento mais sério não demorou para acontecer entre nós. Nos dávamos bem e era algo tranquilo, claro que tínhamos nossas discussões, mas isso é natural de um casal. Namorar com Marco era incrível, pelo menos no início, mas depois de um ano de namoro tudo começou a desandar. Mas as coisas começaram a desandar após uma conversa sobre o futuro. Eu queria ter um acarreira promissora, mas também queria me casar, ter uma casa e filhos que a deixassem agitada. E Marco não. Ele era avesso a ideia de um casamento e isso me frustou. Eu achei que em algum momento nós entraríamos em concenso. Mas isso não aconteceu. Uma barreira se formou entre nós e algumas coisas passaram a me incomodar. Marco já não me ligava ou passava mensagem com frequência, nossas saídas se tornaram raras e o contato que tinhamos eram rasos. Seu afastatamento foi notório até para os meus pais que estavam longe. A situação doeu mais do que eu queria admitir.E a culpa me atingiu forte durante as primeiras semanas. O choro que saía de mim escorreu durantes incontavéis dias, foram noites sem dormir planejando uma reconciliação, mas não denpendia só de mim. Meu coração quebrou pela primeira vez. Até que passou a ser indiferente pra mim. Parei de procurar por ele, evitei mandar mensagem e tudo começou a se tornar morno. O namoro foi se empurrando com a barriga e eu foquei mais nos projetos que eu estava envolvida e na entrega de currículos para estágio. Não sei ao certo quando o nosso contato retomou de maneira mais afetiva e, por um momento, parecia que nós tínhamos voltado a ser um casal como no inicio do namoro. Marco me levou a jantares incrivéis, passeios românticos, viagens inesquecíves e noites quentes como o verão italiano. E eu achei que estava tudo bem, realmente achei. Até que mais uma vez tudo se tornou frio. Mas dessa vez eu estava decidida a dar um ponto final nesse relacionamento e a não sofrer. Eu só precisava descobrir o que mais uma vez abalava meu namoro.