Mateo Salvatore

O nome de Aurora mais uma vez rondava a minha mente. Cada palavra falada durante nossa entrevista ecoava no meu ser. A convicção em seu olhar ao me responder. A firmeza nas suas falas. Tudo isso parecia rondar a sala.

Recostei na minha cadeira e fechei os olhos por algum tempo, respirando fundo. Eu deveria ter deixado as entrevistas da tarde para a mesma pessoa que conduziu as que ocorreram durante a manhã. Mas, como CEO, resolvi intervir. É claro que ela poderia ser uma das entrevistadas — talento ela tinha, e isso estava muito bem provado pelo seu portfólio impecável.

Abri os olhos e olhei novamente o portfólio. Os croquis eram sensuais, vibrantes e corajosos. Mostravam a alma. E, principalmente, tinham um quê de revolução. E por isso eu tinha sido mais duro. Eu queria saber qual seria a reação dela. Se conseguiria sobreviver nos bastidores da SALV.

E ela provou que não apenas aguentou, como me enfrentou. Ela mostrou que não abaixaria a cabeça para ninguém e que não