Gabriel
Passo a mão por cima de todos os papéis que estavam sobre a minha mesa e jogo todos no chão. O peso de papel que estava sobre eles vai junto fazendo um baita barulho e isso chama a atenção da minha secretária que invade a minha sala.
— O que está acontecendo, Gabriel? — Rosa observa as folhas espalhadas pelo chão, a minha face de derrotado e os cabelos arrepiados. Quase arrebento os botões da camisa que usava na ânsia de me livrar daquele calor que me aplacava.
— Nada, Rosa, pode voltar pra sua mesa.
— Como nada? Olha pra você, Gabriel... está ... derrotado!
— Não estou derrotado, estou mais vivo do que estive há anos.
— Não parece, não com essa... aparência. Nem quando aquela lá te...
— Nem complete essa frase, Rosa, para o seu bem — rosno e ela contorce a face.
— Ainda a ama, não é? Você é um idiota!
— Quer ser demitida? Saia da minha sala já! — Aponto para a porta e minha secretária deixa o cômodo sem mais questionamentos. Respiro aliviado.
Rosa sempre foi amiga da família,