— Gabriel... Gabriel! — Ouço a voz do meu pai estridente em meu ouvido, e acabo voltando a realidade.
— Oi, pai... caramba! — levo a mão ao peito, onde meu coração está disparado. — Quer me matar do coração?
— Se você não estivesse em outro planeta enquanto falo contigo não precisaria disso.
— Eu não estou bem, pai. Preciso tomar um remédio pra dor de cabeça.
— Não, você não está doente, não está com dor de cabeça. A sua doença se chama Luma, aquela puta!
— Não fale assim dela, pai. Ela me traiu, mas...
— Mas o quê? — Ele se levanta de sua cadeira, bravo. A barba grisalha maior que de costume e o seu chapéu de boiadeiro inseparável. — Uma mulher que trai um homem é uma puta. E é isso que ela é.
Me levanto também, somente a mesa de madeira antiga nos separa.
— Mesmo assim, não quero essa palavra relacionada a ela. — Suspiro, não sei o motivo, mas Lu vem a minha mente. Ela foi abandonada grávida e por falta de opção acabou se tornando uma... mulher da vida. — Eu vou pro currau.
— Não te