Lia ficou em silêncio por alguns minutos, deitada de barriga para cima, sentindo o peso da presença dele e o vazio da própria vida. Logo falou, apreensiva.
— Está dormindo?
Ele disse que não. Ela continuou, com a voz baixa, expressando uma admiração sincera que vinha do fundo de sua vulnerabilidade e insegurança.
— Você é muito forte, eu te admiro demais. Já o admirava antes de conhecer.
Ele começou a rir, sem entender o motivo daquilo, achando que ela estava se referindo à força física.
— Ok, mas qual a razão? Forte? Tipo musculoso?
Ela respondeu desconcertada, percebendo que não usou as palavras certas.
— Também, mas não. Eu quis dizer que você dorme sozinho, se veste, se lava, se vira. Isso é muito legal, de verdade.
Ela sentiu a necessidade de preencher o silêncio com a única justificativa que tinha.
— A minha mãe falava tanto de você, que eu sentia que te conhecia.
Ele ficou intrigado. Sua vida particular raramente era assunto na boca de seus funcionários.
— Ah, é? E o que ela fa