Lia segurou o riso, afastando a mão de perto das pernas de Lysandro, constrangida pela própria fraqueza.
— Ah, desculpa, eu sou tão sem noção. Ignore isso.
Ele sorriu espontaneamente, reparando no jeito ingênuo e sincero dela.
— Tudo bem, eu entendo. Agora, vá se deitar e descanse.
Ela o olhou, apreensiva, com o peso da culpa ainda no olhar.
— Estou cansada de ficar tanto tempo sem fazer nada. Eu só penso em coisas ruins. Espero que me desculpe um dia. Agora, sabendo que você queria o bebê, eu fico muito mais culpada. Deixei meu orgulho me dominar, e ao invés de correr pedir ajuda, eu fui trabalhar.
Lysandro foi para a mesa do computador, respondeu de costas para ela, disfarçando a satisfação por ela ter admitido a culpa, mas tentando ser exultante.
— Não se culpe, você não tinha como saber. Se quiser, pode comprar algum jogo ou livro, algo para ocupar a cabeça.
Lia permaneceu em silêncio, sentada na beirada da cama. Ele estava se preparando para jogar, mas de repente virou a cadeira