Lia atendeu o celular com as mãos trêmulas, o coração batendo mais forte. Do outro lado da linha, a voz de Lysandro surgiu grave e contida, carregando aquela seriedade que tentava esconder qualquer rastro de ansiedade.
— Oi, Ofélia. Tudo bem? — ele perguntou.
— Tudo. — ela respondeu curta, sem saber o que esperar, protegendo-se com o monossílabo.
Ele perguntou se ela estava ocupada e, diante da negativa dela, continuou com um tom cauteloso, como se estivesse testando o terreno, achando que ela ainda estava brava.
— Eu pedi para o motorista te levar suas coisas. — ele disse, referindo-se aos presentes que ela deixara para trás.
Lia permaneceu calada. Aquela frase soou para ela como um ponto final, como se ele estivesse apenas devolvendo o que restava para encerrar o capítulo. O silêncio se estendeu por longos segundos, um vácuo onde apenas a respiração de ambos era ouvida. Era um silêncio carregado de coisas não ditas, de uma saudade que nenhum dos dois admitia.
Até que ele quebrou o g