Parquinho do lado da escola — manhã morna
Narrado por Lorena Mello
O parque era simples, pequeno, mas naquela manhã… parecia o centro do universo.
O vento soprava calmo, brincando com as folhas das árvores. As risadas das crianças se misturavam ao som dos balanços, criando uma trilha suave de inocência.
Segurei a mãozinha do Enzo com a mesma delicadeza de quem carrega um milagre.
A diretora caminhava ao nosso lado, rígida, profissional, mas com um fio de confiança me guiando.
Foi quando uma funcionária da escola correu até nós, aflita:
— Dona Lúcia! Precisamos da senhora urgente! Coordenação chamou, deu problema!
A diretora parou. Olhou pra mim. Depois olhou o parquinho — espaçoso, com mães espalhadas e crianças correndo. Era seguro.
Ela hesitou.
E eu, por dentro, rezei.
Mantive o olhar calmo, firme. A postura de quem não tem nada a esconder — só amor.
Ela respirou fundo, vencida pela lógica e pelo coração.
— Lorena, por favor… fique só cinco minutos com ele, tá? Eu volto já. Mas não