capítulo 37

Narrado por Gustavo Henrique Oliveira Andrade

O carro ainda parado.

O motor desligado.

A respiração dela misturada com a minha.

E o mundo... longe.

Aqui dentro, era só Lorena.

E eu.

E o que restava de mim depois de ver meu filho.

Tentei limpar o rosto.

Fracasso.

Ela ficou ali.

Silenciosa.

Firme.

O tipo de força que não faz barulho.

Quando falou, foi como um sopro de vida:

— Você vai ver ele de novo. — afirmou, como quem carrega a certeza no sangue.

A garganta arranhou pra responder:

— Como?

Ela virou o corpo no banco, apoiando o cotovelo no encosto.

O olhar travesso.

Brilhando.

— Contei a verdade pra diretora... — disse, com aquele sorriso de quem apronta. — E dei uma ajudinha pra ela colaborar.

Franzi a testa, sem conseguir evitar o meio sorriso.

— Ajudinha?

Ela riu baixo.

Um som moleque que atravessava o peito.

— Um cheque. E um pouco de sinceridade. — disse, piscando.

A risada escapou de mim.

Um riso torto, ainda machucado, mas real.

No impulso, puxei ela.

Abracei.

Forte.

Como se p
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