Narrado por Gustavo Henrique Oliveira Andrade
A porta do quarto bateu atrás de mim com um clique seco.
Dei dois passos pra dentro, a jaqueta pendurada na mão, e parei.
O ambiente cheirava a banho quente e a sabão neutro.
A luz amarelada do abajur jogava sombras macias nos móveis.
A TV, ainda ligada no volume baixo, lançava flashes azulados pela parede.
Lorena estava deitada de lado sobre a cama, short jeans desfiado, uma camiseta branca tão larga que deixava a alça do sutiã escorregar pelo ombro.
Ela passava os dedos preguiçosamente no controle remoto, girando sem olhar, como se o mundo girasse mais devagar do que ela queria.
Assim que me viu parado ali, com a cara fechada, soltou um sorriso pequeno, malicioso:
— Sumiu bonito, general. — falou, a voz arrastada de quem sabe que cutuca o vespeiro de propósito.
Abri a boca pra responder, pra tentar explicar, mas a TV me atravessou primeiro.
A apresentadora, animada, falava em tom quase histérico:
— "...e fontes confirmam: Gabriel Navarro