Capítulo 5 - Sem lembranças

É o Miguel! Seus cabelos escuros e despenteados são algo que eu nunca esqueceria.

— Miguel, estou no meio de uma entrevista. — diz com a voz séria.

— Por que uma ralé é mais importante do que falar com seu filho? — apoia as mãos na cadeira ao meu lado. Encaro ele abismada. Miguel fixa seus olhos em mim com raiva, eu me encolho. — Que foi, garota?

Abro a boca mas não produzo nenhum som.

Ele não se lembra de mim?

— E-Eu...

— Miguel, comporte-se. Você não é nenhuma criança.

— Dane-se. Eu quero meu cartão de crédito, agora. — aperta a cadeira. — Pai!

— Miguel! — se levanta. — Você têm vinte e três anos! Não é uma criança! Então se comporte como adulto! — Miguel bufa.

— E essa moça? Sua nova amante? — eu me levanto, encarando Miguel.

— Eu não sou uma mulher que se rebaixaria a ser uma amante! — me aproximo dele, é mais alto do que eu e seu cheiro toma meu nariz.

— Como posso saber? Meu pai já trancou com todas as suas funcionárias. Você é só carne fresca na mão dele.

Não aguento mais ouvir ele me humilhando, acerto um tapa em sua cara. Ele me olha raivoso, mas eu também estou com raiva.

— Cuidado como fala comigo! Não sou uma qualquer! — o moreno mais novo ri. — Posso saber qual é a graça?

— Você é só uma CLT querendo um emprego que encha sua barriga. Não é nada.

— E você é um riquinho mimado que depende do papai! — se faz de ofendido. Eu sorrio de lado. — Acho que ofendi o príncipe encantado.

— Calada, rata. — dou um pisada no pé dele. — Ai! Maldita!

— Chega! — grita o senhor Dubois. — Miguel, saia! Em casa conversaremos! — aponta para a porta. — Saia! — Miguel sai batendo o pé. O homem suspira e se senta novamente. — Perdoe meu filho, Senhorita Esmeralda. É um caso perdido. A única coisa que me deixa tranquilo é que ele tem uma noiva e que em breve irão se casar.

Arregalo meus olhos. Minhas mãos tremem. Eu transei com um homem comprometido? Não acredito! Só pode ser brincadeira.

— E-Eu entendo. Filhos são complicados. — coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha. — E quanto ao meu emprego? — pergunto ansiosa.

— É seu, querida. Nunca vi alguém enfrentar o Miguel com tanta força, isso me fez querer você aqui. Parabéns pelo emprego. — seguro um gritinho de comemoração. Apertamos as mãos novamente. — Você começa amanhã!

— Obrigada! Muito obrigada! — sorrio grande. Depois ele me dispensa e eu saio da sala, a secretária me olha curiosa. — Olá.

— Foi contratada? — assinto balançando a cabeça. — Seja bem vinda à empresa Dubois! — se levanta e vem até mim, me dando um abraço. — A última secretária do senhor Dubois não durou duas semanas, então boa sorte.

— Obrigada...

Isso não foi muito animador.

Resolvo ir para casa e me trocar para ir à academia. Na academia, vejo a Ju chegar com seu conjunto de academia, um tope e uma leguing roxa clara.

— Oi! Me fala: você conseguiu o emprego? — eu animada respondo:

— Sim! Sou a nova secretária do senhor Dubois!

— Dubois? Esse... esse sobrenome não é o mesmo do Miguel? — me impressiono em como ela deduziu isso tão rápido.

— É...

— Vocês se encontraram? Tiveram algum olhar apaixonado?

— Não. Longe disso. Ele tentou me humilhar e certamente não faz a mínima ideia de que transamos. — eu suspiro. — Ele é um mimadinho. Estava estressado porque seu cartão estava sem crédito. — Ju ri.

— Parece que seu príncipe encantado virou abóbora. — caminhamos pela academia até o lugar de encher as garrafinhas.

— Verdade. Mas nem quero saber de Miguel mais! Agora é trabalhar e receber meu salário gordo de uma empresa foda.

— Isso mesmo! Agora vamos treinar pra ficarmos gostosas até o verão!

Nisso treinamos por duas horas. Quando chego em casa, corro para tomar um banho básico, apenas para tirar o suor do corpo. Depois, vou fazer o meu jantar. Hoje irei comer macarrão com salsicha.

Enquanto estou comendo, meu celular toca, é uma vídeo chamada com a minha mãe.

— Filha! Oi! — minha mãe diz animada. — Como vai?

— Oi, mãe. Estou bem. Jantando, como a senhora pode ver. — mostro meu prato. — E o papai?

— Teve que ir consertar a cerca do sítio, a Belinda tentou fugir.

Berlinda é o nome da nossa vaca, ela é branca e gorda. Lembro dela desde que me conheço por gente.

Conversamos mais um pouco e logo vou deitar. Amanhã lavo a louça. Durmo muito bem, como uma pedra. Dormir, comer e tonar banho são as minhas coisas preferidas.

De manhã, escolho um loock social, saia colada preta até o joelho e uma camisa social branca, e estou pronta para enfrentar meu novo emprego. Ah, não posso esquecer de passar perfume.

O que me incomoda é que terei que encontrar novamente com o Miguel. Isso me deixa nervosa. Não sei se quero trepar com ele ou mandá-lo para a casa do caralho. É bonito demais pra não transar, metido para causa interesse.

É isso. Vamos nessa! Levanta a cabeça ou a coroa cai.

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