O Palco da Aliança
Dante Moretti
Eu engoli tudo que estava sentindo. A fúria pela desobediência, a atração avassaladora e o medo paralisante de Eva. Não era hora de brigar. Ainda mais quando a minha casa estava cheia de pessoas importantes. No dia do meu noivado.
Eu sabia que, ali, eu não era Dante, o homem que sentia; eu era a marca, o poder, o anfitrião. Meu papel era de anfitrião impecável e noivo dominante.
A casa estava organizada para aquela noite de forma a ser uma declaração. O salão principal, transformado em um salão de festas, parecia ter saído de uma revista de arquitetura clássica: lustres de cristal refletiam o brilho do mármore polido, e arranjos florais exuberantes em tons de marfim e ouro dominavam cada canto. Tudo gritava luxo e sofisticação.
Eu tinha cumprido a promessa de fazer tudo melhor e mais grandioso para Stella. Não porque a amasse (eu repetia essa mentira constantemente), mas porque o meu prestígio e a seriedade da nossa aliança dependiam da magni