O Teatro do Afeto e a Concorrência
Stella Ferreira
Assim que Dante retornou do canto, eu entendi na hora a mudança. Não havia mais fúria ou rigidez em seus ombros; ele estava relaxado, quase expansivo. A raiva havia sido substituída por uma frieza calculada e, estranhamente, por uma camada grossa de afeto público.
Eu já havia me livrado dos meus pais na primeira mesa de acionistas que encontraram. Gabriel estava visivelmente distraído, murmurando ao telefone sobre seus problemas bancários. Eu estava prestes a tomar um copo de água quando me vi sendo arrastada para mais um drama.
Dante me puxou gentilmente pela mão, sua palma quente e firme na minha. Ele não estava me levando para longe para me dar ordens; ele estava me levando para o centro do palco.
Dante fez questão de levar ela para falar com parceiros, pessoas que eram de ambos os meios. Passamos pelos diretores da Moretti, depois pelos grandes investidores da Ferreira, e ele me apresentava não como uma aquisição, mas co