A vitória final: A destruição de Gabriel
Stella Moratti
A quietude que se seguiu àquela tarde de caos foi a mais profunda que já experimentei. Não era a quietude da trégua, mas a do campo de batalha após a vitória total. Por horas, eu permaneci no sofá da sala de estar, a mesma sala que minutos antes Gabriel havia tentado invadir, com Alexandre aninhado em meu colo. O cheiro de Dante, de André, de paz, era o único perfume que eu permitia em meu universo.
Meu corpo ainda tremia. Eu tentava respirar, acompanhando o ritmo suave do peito do meu filho, mas o pânico estava gravado na minha memória celular: o som seco da porta sendo forçada, o grito vazio de Gabriel, o medo gélido de que a nossa paz fosse roubada.
Dante se sentou ao meu lado, segurando minha mão, incapaz de me soltar. Ele não precisava falar; a fúria e o alívio em seus olhos eram a tradução exata do meu próprio coração. Ele ligava para advogados, para a polícia, para garantir que desta vez, a punição fosse definitiva, s