O guardião e o caos
Dante Moratti
Eu estava na sala de reuniões. Não a minha. Na sala do Conselho da Moretti Holdings, no 45º andar da torre. Era a primeira vez em um mês que eu pisava no edifício principal por um período prolongado. Eu havia resistido à tentação, mas o briefing urgente com os principais acionistas sobre a consolidação da Carvalho exigia minha presença física e meu toque de autoridade.
Eu estava impaciente, focado, mas com uma irritação latente. Minha mente não estava nos números; estava a quilômetros de distância, no penthouse, onde Stella, a minha fortaleza, embalava Alexandre, o meu mundo.
A reunião era tensa, mas produtiva. Eu estava prestes a encerrar o debate sobre dividendos quando o meu telefone de segurança, o único que vibrava sem ser notado, acendeu. Era André. Eu ignorei. Estava no meio de uma frase crucial.
Ele ligou uma segunda vez, e desta vez, a vibração foi mais urgente. Senti um frio percorrer minha espinha. André nunca ligava duas vezes seguid