Eu não sentia o tempo passar. As horas (ou eram dias?) pareciam misturar-se em uma única sequência de imagens embaçadas. Tudo que havia em mim era dor e ausência. A dor no corpo, que ainda se curava do parto. E a ausência que doía mil vezes mais.
Eu não tive tempo o suficiente para lembrar da sensação da minha filha em meus braços. Isso só fazia com que todos os meus sentimentos doessem mais. Tudo o que eu queria era poder escutar o som do choro abafado ou o calor de seu corpinho encostado ao meu peito. Às vezes eu poderia jurar que sentia, mas era só minha mente brincando comigo.
Ryan podia fazer muito mais por ela do que eu e ele ainda conseguia se manter ao meu lado. Haviam dezenas de reuniões com a guarda especial do palácio, telefonemas, relatórios, rastreios... ele sempre dava um jeito de me manter ativa e informada. Nem sempre com boas notícias e isso acabava me deixando ainda mais desnorteada. Mas ele não me deixava perder a esperança. Sempre mantendo a garra que me fazia cont