Liam Rodrigues
Eu não consigo parar de olhar para a Priscila desde que voltamos para o quintal e ela se juntou às minhas irmãs numa partida de vôlei improvisada. Pela primeira vez, vi ela fazer algo que claramente não dominava — e ainda assim, lá estava, determinada, rindo dos próprios erros, caindo, levantando, tentando de novo. Era linda. Linda de um jeito novo. Autêntica. Leve.
Sentado na espreguiçadeira com Belinha e Mavie no colo, cada uma enrolada em uma toalha e grudada em mim como se eu fosse um aquecedor humano, eu estava exatamente onde queria estar. Elas cheiravam a shampoo infantil e sol, e o calorzinho dos corpos pequenos me fazia esquecer até do vento que soprava de vez em quando.
— Me dá uma? — meu irmão perguntou, apontando para as meninas no meu colo com um sorriso malandro.
— Nem pensa — retruquei, balançando a cabeça com firmeza. — Vai fazer as suas.
Ele riu, daquele jeito debochado de quem sabe que pegou no ponto certo.
— Vou nada. Eu tô mais pra tio divertido