Liam Rodrigues
Fiquei ali parado, com a mão na maçaneta do carro, como se aquela fosse a decisão mais difícil da minha vida. Mas o jeito como a Vitória olhava pra mim, como se eu fosse mais que só o irmão distante, me desarmou.
Ela queria que eu ficasse.
E, de algum jeito estranho… eu também queria.
— Tá bom… fico mais um pouco. — Murmurei, soltando o ar devagar.
A expressão da minha irmã se iluminou com um alívio silencioso. Nossa mãe apenas assentiu, dando um passo para o lado, abrindo espaço para eu passar. Um gesto pequeno, mas cheio de significado. Como se dissesse “tem lugar pra você aqui.”
A casa era enorme, cercada por jardins impecáveis, mas o interior… o interior era outra coisa. Nada de ostentação, nada de exageros. A sala parecia saída de uma novela antiga, com almofadas bordadas à mão, móveis de madeira escura e cheiro de café passado na hora. Uma casa de vó. Uma casa onde se fala baixo pra não acordar ninguém, onde o tempo parece andar mais devagar.
Era estranho lembrar